Quem nunca recebeu uma ligação silenciosa no aparelho celular e que, na sequência, é interrompida após alguns segundos? Ou então aquela em que uma gravação direciona a pessoa para a oferta de um produto ou serviço. Uma situação cada vez mais comum, porém bastante incômoda, e que tem relação tanto com o aumento do número de aparelhos como com a utilização de tecnologia por parte das empresas de telemarketing.

“Apesar dos aplicativos de bloqueio e do cadastro em sites oficiais como o “Não Me Perturbe”, não há quem escape de receber uma chamada spam. Já comentei sobre o assunto em coluna anterior, mas vale voltar ao tema como um alerta aos usuários.”

Já faz alguns anos que o Brasil possui mais aparelhos celulares ativos do que o número de habitantes. Somos cerca de 212,5 milhões de pessoas, segundo o IBGE. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontam que, ao final de 2024, havia 264,4 milhões de celulares ativos no país, o que dá uma densidade de 121 celulares para cada grupo de 100 habitantes.

Com tanto smartphone por aí, não é de se estranhar que o Brasil figure na lista dos cinco países que mais recebem ligações indesejadas em todo o mundo. Já esteve no topo da lista por anos consecutivos. Segundo relatório emitido em dezembro pela Anatel, os brasileiros recebem mais de 1 bilhão de chamadas não autorizadas por mês. No período de junho de 2022 a dezembro de 2024, a Anatel efetuou o bloqueio de 184,9 bilhões de ligações indesejadas.

Outro dado que chama a atenção: dentre as chamadas recebidas pelos usuários, 85% são de ligações inoportunas e o restante, 15%, são de ligações de serviços de telecomunicações autorizados.

Para que a chamada seja bloqueada, a Anatel considera os seguintes critérios: chamadas de telemarketing que não usam o prefixo 0303; que duram menos de 6 segundos; números que fazem mais de 100 mil chamadas curtas; empresas de cobrança que não validam o CPF do usuário à conta antes de ligar; e ligações abusivas que caem na caixa postal.

Em média, cada número brasileiro recebe 32,9 ligações indesejadas por mês, de acordo com dados do aplicativo Truecaller. As chamadas mudas acontecem por diversos fatores, que vão desde uma simples falha técnica no sistema até uma tentativa frustrada de telemarketing ou mesmo de golpe. Neste último caso, o farsante pode estar apenas testando a validade do número para ligar posteriormente e oferecer uma proposta.

Se você possui um smartphone Android ou um iPhone, há como bloquear essas chamadas indesejadas. Para fazer a configuração, basta dar um "Google" de acordo com o tipo de aparelho. Evitar retornar para números desconhecidos também é um preceito básico de segurança.

Na plataforma governamental “Não Me Perturbe”, há uma lista nacional com o cadastro de várias empresas, dentre elas as operadoras de telefonia e instituições financeiras. Ao se inscrever na lista, o usuário se resguarda de receber essas chamadas. A questão é que outros setores que utilizam robôs para efetuar discagens automáticas massivas ainda não estão cadastrados. E são justamente esses que nos incomodam diariamente. Neste caso, a alternativa vem dos aplicativos de identificação de chamadas. Procure por "Spam telefone" na sua loja de app, mas, antes de instalar, verifique os comentários e avaliações. Alguns sites de tecnologia indicam ao menos cinco opções confiáveis: Whoscall; Truecaller; Mr. Number; Hiya; e CIA Free Caller.

Agora, de nada adianta tanto recurso se o usuário não fizer a sua parte. Em caso de números suspeitos insistirem nas ligações, leve a reclamação para os órgãos competentes, como a própria Anatel ou Procon.

Fonte: Jornal de Uberaba

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